O Sal da Vida

"Desprezo a insensatez de ser sensato, pacífico, equilibrado; Não sofrer a dor de uma paixão profunda, Nem odiar o que oprime e aborrece.
Querer ser Deus, quando se está mais próximo do diabo!

Vida, não é mais que um desequilíbrio,
Um conflito que excita e atormenta,
A vitória e o fracasso,
O perigo e a segurança,
O medo e a coragem,
A dúvida e a certeza,
O riso e a lágrima,
A realidade e a fantasia...

Morte, esta sim, é a paz, a calmaria,
O silêncio perpétuo,
A ausência da dor e do prazer.

Bendita a emoção, o sal da vida!
A coragem de arriscar,
A busca ardente do triunfo,
O temor aflito da derrota.

Amo o incerto, o duvidoso,
A batalha que ainda não venci,
O troféu que não conquistei,
A mulher que não seduzi,
A busca que não encontrei.
Trilhando caminhos sem fim,
Numa luta sem fim,
A perseguir horizontes sem fim.

Não! Não quero ser um robô,
Que tudo explica e nada sente!
Uma estátua de pedra, humana só na aparência!
Nada de expectador! Eu quero ser ator
Deste espetáculo que não tem bis!

E assim, quando tudo passar,
Pelo muito que senti e que sonhei,
De mim, certamente ninguém dirá:
"Fez tudo com perfeição,..., só não soube ser feliz..."

(O Sal da Vida - Pedro Coutinho Neto)

Postagens mais visitadas deste blog

Sermão do Mandato - Padre Antônio Vieira

Escutatório

AS RAZÕES DO AMOR- RUBEM ALVES