“O Amor somente a si quer contentar, Atar alguém ao próprio gozo eterno; Sorri quando o outro perde o bem-estar, E, a despeito do Céu, ergue um Inferno.”
"…sobre as palavras que tomei, tratarei quatro coisas, e uma só. Os remédios do amor e o amor sem remédio…" Padre Antonio Vieira (1608-1697) Primeiro Remédio O Tempo Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sábiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe...
"Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa : "A rosa não tem"porquês". Ela floresce porque floresce." Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento. "Eu te amo porque te amo..." - sem razões... "Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo." Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. "Amor é estado de graça e com amor não se paga." Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que "amor com amor se paga". O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Co...
Caros(as) companheiros(as)! Mais um ano vai chegando ao fim e, com ele, todo percurso que arduamente empreendemos. Caminhos conhecidos, novas experiências, constantes aprendizados... E aqui estamos nós! Nossa vida é assim: uma contínua luta com a totalidade que nos habita, dentro e fora... Ciclos ininterruptos com a intenção de buscarmos novo sentido. Parafraseio Nietzche: "A questão não é qual o sentido da vida, a questão é quantos sentidos você dará a sua vida.” Sendo assim, minhas palavras buscam o meu próprio sentido, tudo aquilo que mais valorizo em meu percurso e que não seria possível sem sua existência. Talvez, minha sincera alegria e profunda gratidão possam representar essas poucas palavras que, com sentido, aqui escrevo. Vivemos momentos de grandes instabilidades no transcorrer do ano. Nosso país passou, e ainda passa, por um importante processo de transformação, incluindo o cenário político-econômico. Porém, como poucos dizem, é exatamente na crise, ou ...